domingo, 24 de agosto de 2008

Eu sou um Masoquista arrependido

Eu disse a frase titulo do texto certa vez, a algum tempo atrás, numa aula sabe zeus do que. Duas pessoas ouviram, eu mesmo, e uma companheira de curso, de conversas, teorias, filosofias e entre outras coisas, sorrisos.
A frase foi dita ao sentir a dor de uns arranhões que eu me sujeitei a levar naquele mesmo dia.
Hoje, porém, ela me veio a mente há alguns momentos, porque eu me dei conta que eu realmente sou um masoquista arrependido, e posso até ser tido como sádico pela minha atitude, mas é masoquismo puro.

Eu simplesmente gosto de criar caso, discutir por coisas fúteis, entrar em debates sem pé nem cabeça, sem eira nem beira, simplesmente pra discutir, e não parar de discutir, eu não paro, não consigo parar, especialmente em se tratando de coisas fúteis nas quais ninguém tem razão.
Mas, além disso, e pior do que isso: Eu gosto de criar caso com pessoas que eu gosto. O problema é que ao criar caso com pessoas que eu gosto. E isso chega a um ponto tal que faz com que as pessoas fiquem chateadas comigo, sentidas por tanta marcação, tanta criação de caso, tanta fanfarronice por coisas inúteis, e daí então eu me arrependo.

Ao ser desprezado eu tento, em vão, me redimir naquele momento, eu possivelmente ao reconhecer o motivo fútil do meu intento dissertativo, acabo, no fim das contas, sendo perdoado.
Pra em outra ocasião criar caso de novo.


Definitivamente eu sou um masoquista arrependido.

sábado, 9 de agosto de 2008

Conte me algo novo.

Apesar do medo pessoal de algo novo e desconhecido eu gostaria que alguém viesse e me contasse algo, realmente, novo. Irônico ter medo de algo que desejo, mas nem mesmo esse sentimento é novo.

É só olhar ao redor e ver, nada é novo, as pessoas discutem idéias repetidas com argumentos repetidos, palavras diferentes tomam o mesmo sentido que as anteriores.

Em nosso país política virou sinônimo de corrupção na mente das pessoas, a escravidão apenas deixou de ser distinção de cor, e todo mundo ainda espera pra ver, como sempre fizeram, pelo país do futuro que nunca chega, e que quando chegar vai ser apenas mais do mesmo.

O povo vive a mesma rotina de sempre, dentro de uma política de pão e circo, onde geralmente falta pão e sobra circo, acordar todos os dias no mesmo horário, trabalhar todos os dias no mesmo lugar, fazendo as mesmas coisas, chegar em casa na hora habitual, assistir às noticias da semana passada, com novos personagens e a mesma violência, assistir a nova novela do horário nobre, esperando com ansiedade falsa pela historia, que no fundo sabe ser a mesma que da última, e com a mesma falta de conteúdo, quando enfim chega à cama, e percebe com uma tristeza conforma, que até o sexo caiu numa rotina monótona.

O comodismo impera hoje até onde era repudiado, nas artes, todos os dias aparecem novas bandas, tocando musicas, umas iguais às outras, escolhidas a dedo pela gravadora que sabe muito bem o que é que o povo está acostumado a engolir, todos os dias um DJ escolhe uma música diferente pra se utilizar de tudo que já fez na noite anterior, para ver as mesmas pessoas dançarem, exatamente como fazem todos os finais de semana, para depois de terem tornado o hábito tão vulgar quanto o restante de seus atos no recinto, irem finalmente de volta para seus pequenos universos adolescentes, alienados de tudo que acontece ao seu redor, para segurança da prisão pessoal do bom salário de seus pais, sem voz e sem vez, e sem vontade de gritar.

Juventude revoltada não é algo novo, mas seria ao menos diferente, hoje a galera é muito consciente, não fumam maconha porque é crime, melhor pedir uma graninha pros pais para poderem pagar um whisky legal, nem para beber, apenas porque sobre a mesa ele atrai meninas tão interessantes quanto a unha do mindinho direito do gato da minha vizinha. E no outro dia então eles acordarão com ressaca enquanto se preparam para mais uma vibe muito foda.

Enquanto isso a gente segue reclamando do presidente, para depois dizer que é por isso que não gostamos de política, ainda então poderemos finalmente torcer para que o próximo que colocarmos no poder possa fazer algo pela multidão, e ele o fará, como é de hábito ele fará tudo que puder pela multidão de empresários, que financiaram um grupo de marqueteiros, para que estes então façam com que a multidão de eleitores acredite por mais alguns meses, para que depois tenham um novo período de frustração.


Onde estão as pessoas que um dia acreditaram em algo novo? Onde estão os que outrora lutaram por algo novo? Aonde foram os poetas que costuraram tantos sonhos em mentes que clamavam por liberdade?

Quando é que a galera das baladas vai querer novamente mudar o mundo? Não o umbigo, o mundo.

A geração anterior quis fazer do mundo um lugar melhor, a geração atual quer que o mundo se foda.

Povo sem voz.
Juventude sem vontade.
Políticos e Empresários sem escrúpulos.

Quem é que vai me contar algo novo assim?