quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Vida através da janela.

Da janela da biblioteca eu vejo prédios e casas, vejo ruas escuras e escuridão no céu. Neste cenário o brilho de janelas saltam os olhos como um mosaico surrealista, porém real. E de súbito um pensamento me atingiu: Há vida ali, seja ali onde for, neste jogo de luzes que se exibem na noite existe vida, e mais do que isso, atrás de janelas que brilham como um arco-iris nas trevas existe vida inteligente, ou que ao menos raciocina para sobreviver.

Pode parecer uma coisa obvia, mas quantas vezes por dia reparamos que existe vida além do nosso território, que o mundo não se limita ao nosso circulo de convivência. Todo mundo sabe que existe muita coisa além do que conhecemos, e além de que conheceremos em uma vida. Mas mesmo sabendo disso, cada vez que vem a mente essa existência alheia ao nosso conhecimento é surpreendente. É uma sensação de surpresa que é bem resumida na frase "Putz, é verdade".

Essa é a mesma sensação quando do nada vemos alguém morrer, ou lembramos da morte de alguém e nos damos conta de que esse é o nosso destino também. O homem é egoísta por natureza, todo ser humano nasce sabendo que vai morrer, mas planeja toda a sua vida como sendo imortal (não que eu me sinta tentado a planejar a minha morte).

O mesmo vale para tudo que nos cerca, todo mundo sabe que além de nós, mesmo no próximo quarteirão, há pessoas que estão rindo, chorando ou brigando, mas mesmo sabendo disso ainda assim ignoramos, assim como somos ignorados por eles, ou não.

Não que eu me importe com a vida dos outros, foi só um pensamento que me veio um dia desses olhando pela janela da biblioteca.

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